Em um cenário financeiro onde as taxas de juros do cartão de crédito ultrapassam patamares alarmantes, saber quando e como realizar a transferência de dívida pode ser um verdadeiro divisor de águas para o seu orçamento. A portabilidade de saldo devedor, regulamentada em julho de 2024 pelo Banco Central, oferece uma alternativa sem custo para o cliente e pode proporcionar alívio imediato para quem luta contra o rotativo.
A transferência de dívida do cartão de crédito consiste em migrar o saldo devedor de uma instituição para outra com condições mais vantajosas, como juros reduzidos ou prazo estendido. Essa ferramenta, também conhecida como portabilidade, ganhou respaldo legal recentemente, garantindo ao consumidor o direito de negociar em outra instituição sem tarifas adicionais.
Com a nova resolução do Banco Central, as instituições financeiras são obrigadas a permitir essa operação, exceto nos casos de faturas consignadas em folha. O objetivo central é combater o ciclo vicioso do rotativo, modalidade que registra as taxas de juros mais altas do mercado, atingindo médias superiores a 19% ao mês, o que equivale a mais de 700% ao ano.
O cartão de crédito é um recurso prático, mas o custo do crédito rotativo acaba penalizando quem não consegue quitar a fatura integralmente. Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), 85,3% das dívidas das famílias brasileiras estão relacionadas a essa modalidade, e 79% das famílias estavam endividadas em 2024.
Frente a esse cenário, a portabilidade surge como uma estratégia de redução dos juros pagos e de organização financeira. Ela promove uma competição saudável entre bancos, elevando as propostas de juros e prazos favoráveis ao consumidor.
O processo é simples e sem custos: o cliente solicita à instituição de destino uma simulação da operação, informando valor do saldo devedor, prazo e taxa de juros pretendida. Em seguida, essa proposta deve ser apresentada ao banco original, que pode oferecer uma contraproposta mantendo o prazo igual.
Uma vez escolhida a melhor condição, basta autorizar a transferência. A nova instituição quita o saldo junto ao emissor antigo e o cliente passa a pagar diretamente ao novo banco, com taxas e prazos diferenciados. Esse procedimento é gratuito e obrigatório, conforme a regulamentação vigente.
Antes de optar pela portabilidade, considere também:
Para evitar o endividamento recorrente, adote práticas como pagar a fatura integralmente, usar o cartão sempre dentro dos limites financeiros e acompanhar regularmente as taxas e tarifas cobradas.
Em resumo, a transferência de dívida do cartão de crédito é uma ferramenta poderosa para quem busca melhores condições de pagamento e quer sair do ciclo de juros altíssimos. Conhecer o processo, analisar as propostas com cuidado e manter a disciplina financeira são passos essenciais para transformar esse recurso em liberdade e segurança orçamentária.
Referências